quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Luta do Bem contra o Mal

A Rede Globo tem noticiado a quase guerra civil no Rio de Janeiro como uma luta entre o bem e o mal, na tentativa de legitimar todas as ações do poder público nas comunidades pobres, ainda que nessas ações se inclua chacinas e massacres em grande escala.

É certo que aquelas comunidades, relegadas ao longo do tempo à própria sorte, insurgem como uma grande ameaça à segurança das pessoas de bem, principalmente das pessoas com alto poder aquisitivo, alvo do desespero dos miseráveis. E isto não é nenhuma novidade, haja vista ser um assunto insistentemente debatido pelos cientistas sociais.

A vulnerabilidade, a fome, a miséria, o desrespeito, o desemprego, o acúmulo das riquezas para uma pequena minoria, a falta de oportunidades, a falta de perspectiva nas comunidades fazem algumas pessoas ver no tráfico de drogas a sua própria sobrevivência. E é pela sobrevivência que todos lutamos desde quando nascemos.

A indiferença do poder público criou monstros e agora quer matá-los, já que não pode prendê-los. E nós, sociedade, não podemos aceitar um massacre social, ainda que, nas palavras de Fátima Bernardes e William Bonner (que recebem milhões para apresentar um jornal), sejam ‘bandidos’, ainda que sejam errados, pois antes de qualquer julgamento que possamos fazer, não devemos esquecer que são pais de família, são jovens e são seres humanos.

Roubando um pano de prato

No dia 24 de novembro, ao adentrar uma loja da capital presenciei o flagra de um roubo. Uma mulher tentara roubar um pano de prato numa tapeçaria. Ela estava gestante de aproximadamente 7 meses. O vendedor que a surpreendeu tentando realizar o furto pediu que ela se retirasse da loja e começou a agredi-la verbalmente. A mulher, muito agressiva e bem pouco intimidada, o agredia na mesma proporção e nós, clientes, observávamos a situação. Após o episódio, os comentários. Para alguns era uma bandida, para outros, uma marginal, e nas palavras do vendedor uma “ sem vergonha”, para outros era apenas uma mulher que queria um pano de prato.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Maranhão no Espaço

Tem sido comum na mídia maranhense falarem sobre as grandes invenções de maranhenses
Um celular que informa quando o ônibus está chegando (que inovação!)
Um fogão solar (quer coisa mais prática?)
Um telefone público solar (ual!)
Por último um ônibus solar...
Já estamos quase explorando o espaço
Só falta medir a capacidade do Sol para tanta invenção...

O que é surpreendente diante de tanta criatividade
É que ninguém pensa em criar o óbvio

Não existe no mercado maranhense sequer um fogãozinho de duas bocas pra cozinhar um peixinho
Ou uma geladeirazinha estilo caixa de isopor que gele e conserve os alimentos
Ou um telefone público simplesinho para as ligações
Ou um celularzinho tijolinho para falar com um amigo
Porque não existe produtos maranhenses no mercado?

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www.elianarose.blogspot.com

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Parábola do Macaco

O macaco escolhe ir numa direção
Escolhe os galhos
Ele se acostuma com os galhos, pois sabe que são seguros
Pensa em novas alternativas
E escolhe novos galhos
Mas quando os novos galhos quebram
Ele volta aos antigos galhos,
Pois agora, ferido com a queda,
Não só sabe que os antigos galhos são seguros
Como têm certeza disso
E se apega a esses antigos galhos com mais força,
Porque sente medo
Está ferido
Mas está se recuperando
E quando sarar
O macaco vai pensar novas alternativas
E escolher novos galhos
Porque sabe que pior do que a possível queda
Diante de uma nova escolha
É estar condicionado a fazer sempre a mesma escolha...

Eliana Rose 06.10.2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

UM DEBATE ILÁRIO

UM DEBATE ILÁRIO

Até que os nomes estavam bem visíveis para um sorteio aleatório né?
E o tempo? não foi exibido. Engraçado foi.
E começa o debate
Candidato Jackson: Governadora Roseana, a Senhora e o grupo Sarney...blá blá blá...
Toninho: ‘Candidato acabou o seu tempo!’
Candidata Roseana: ‘O Senhor está equivocado’
Candidato Saulo Arcângeli: ‘Flávio Dino e Jackson Lago apoiaram a Lei do cão...’
Candidato Flávio Dino: ‘Eu não apoiei a Lei do cão, nem de animal algum’ (kkkk)
Candidato Marcos Silva: ‘Ninguém quer que seu filho estude pra segurar bandeira em retorno...’

Candidato Jackson: No meu governo... blá blá blá...
Toninho: ‘Candidato acabou o seu tempo!’
Candidato Jackson: ‘Mas eu nem perguntei!’
Toninho: ‘Candidato por favor!...’
Candidato Jackson: ‘Mas, mas...’
Toninho: ‘Candidato por favor!...’

Candidato Flávio Dino: ‘A Senhora Governadora e o Sarney’...
Candidato Jackson: ‘A Senhora Governadora e o Sarney’...
Candidato Saulo Arcângeli: ‘A Senhora Governadora e o Sarney’...
Candidato Marcos Silva: ‘A Senhora Governadora e o Sarney’...
Candidata Roseana: ‘Da próxima vez eu vou chamar o Zé Sarney!...’

Candidato Jackson: Anh?
Toninho: ‘Candidato acabou o seu tempo!’

Candidato Marcos Silva: A juventude, o Sindicato, a classe trabalhadora...

Candidata Roseana: ‘O Senhor está equivocado’

Candidato Flávio Dino: ‘A Senhora já governa há 50 anos...’
Candidata Roseana: ‘Assim vocês tão me deixando velha demais, eu já governo há 50 anos?’

Candidato Jackson: ‘Eu queria falar sobre’...
Toninho: ‘O senhor tem 1 minuto! 1 minuto! 1 minuto!

Candidato Marcos Silva: A juventude, o Sindicato, a classe trabalhadora...

Considerações finais

Candidato Jackson: Eu queria dizer que...
Toninho: ‘Candidato acabou o seu tempo!’
Candidata Roseana: ‘O Senhor está equivocado’
Candidato Saulo Arcângeli: ‘Flávio Dino e Jackson Lago apoiaram a Lei do cão...’
Candidato Flávio Dino: ‘Eu não apoiei a Lei do cão, nem de animal algum’ (kkkk)
Candidato Marcos Silva: ‘Ninguém quer que seu filho estude pra segurar bandeira em retorno...’


Toninho: ‘Obrigado a todos’! [o quê que eu tô fazendo aqui!? Af!]

Eliana Rose 29.09.2010

sábado, 25 de setembro de 2010

LULA FALA SOBRE A IMPRENSA BRASILEIRA

Às vésperas da escolha nas urnas do novo presidente da República, o presidente Lula intensificou suas críticas à imprensa e voltou a defender uma nova regulamentação do setor. Em entrevista ao portal Terra, divulgada ontem (23), Lula afirmou que a comunicação no Brasil é dominada por “nove ou dez famílias” – donas de canais de TV, de rádio, jornais, sites e outras mídias – e defendeu que “a imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido”.

“O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada. Muitas vezes, fica explícito no comportamento que eles têm candidato e gostariam que o candidato fosse outro”, disse. “A verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse país. A verdade é essa. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmo são donos dos jornais...”.

Sem citar na entrevista referências ou nomes, Lula desabafou que “nunca disseram que a TV pública de São Paulo é do governador de São Paulo”, mas que parte de imprensa afirma que a TV pública brasileira “é a TV Lula”. “Na campanha passada, os caras diziam, ‘porque o avião do Lula...’, porque o Aerolula... Agora, estão dizendo que a TV pública é a TV do Lula. Esse carregamento composto de muito preconceito ou de muita, eu diria até, às vezes, ódio, demonstra o quê?”, afirmou Lula.

Na entrevista, o presidente defendeu o estabelecimento de um novo marco regulatório para a telecomunicação no Brasil. Lula citou a Conferência Nacional de Comunicação, ocorrida no ano passado, onde foram discutidas propostas como a criação do Conselho Nacional de Comunicação, que seria um órgão de controle público das mídias. A proposta é considerada pelos grandes veículos de comunicação como uma censura. “As pessoas, ao invés de ficarem contra, deveriam participar, ajudar a construir, porque será inexorável”, considerou.

Ao portal, o presidente falou ainda sobre a saída do cargo da ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra, que pediu demissão após repercussões da denúncia de nepotismo e de esquema de lobby e propina envolvendo seu filho Israel Guerra. Na avaliação de Lula, Erenice “jogou fora uma chance extraordinária de ser uma grande funcionária pública deste país”. “Se alguém acha que pode chegar aqui e se servir, caia do cavalo. Porque a pessoa pode me enganar um dia, pode me enganar, sabe, mas a pessoa não engana todo mundo todo tempo. E quando acontece, a pessoa perde”.

Texto publicado no site do Jornal Pequeno, em 25.09.2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ELEIÇÕES E O BOOM DA PUBLICIDADE

Não se pode negar que as Eleições Diretas foi uma conquista para a população, que ganhou e muito com a liberdade de voto. Mas também não se pode negar que, se há um setor que se beneficiou com essa mudança, esse setor foi a Publicidade. É inimaginável a quantidade de peças publicitárias necessárias para incutir no imaginário coletivo o nome de um candidato: cartazes, boletins, vts, out doors, placas, panfletos, além de outras estratégias de comunicação. E quanto custa a comunicação? Depende. Depende de quem a produz, da qualidade, de quem compra e de vários outros fatores. Dessa forma fica claro que, quanto mais se paga à Publicidade, mais aumentam as chances de vitória, pois mais se repete no inconsciente aquele nome ou aquela música que remete ao candidato. Nas eleições é assim, pode mais quem paga mais ou vice versa.
As melhores produções são impecáveis. Cenários bem montados, com referência a algum elemento cultural, nuances de cores quase exclusivas, vestimentas bem alinhadas (sempre nas cores que geralmente remetem aos partidos), discursos bem elaborados, edições e montagens sempre no aspecto positivo, que significa um recorte de uma realidade que parece ser perfeita, quando na verdade esse recorte é parte de uma realidade que talvez tenha mais aspectos negativos que positivos. Está montado algo que é bonito de ver, algo que emociona e toca o coração, algo que nos remete a nossos sonhos e que transcende a nossa realidade.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

MÍDIA, IMAGEM E NÓS - O Caso Ciça Guimarães

É comum, em nossa sociedade, reconhecer o mal que é a corrupção, e atribuir essa falta de princípio principalmente ao meio político. No entanto, muitas das vezes não atentamos para a dimensão do que é corrupção, ela está presente em todos os níveis sociais e por mais simples que seja, é um mal que deve ser retirado do convívio para o bem de todos. Essa informação é tão batida e tão discutida que às vezes preferimos ignorar.
Ignoramos em muitos dos casos, mas quando vêm à tona casos como o da atriz Ciça Guimarães, lá está de volta a discussão sobre algo que a pouco ignoramos. Porque isso acontece, não se sabe.
A sociedade fica perplexa diante de um ato de corrupção, ou ao menos, a mídia, que trata o assunto com tamanha estranheza como se não houvesse casos de menor repercussão da mesma natureza e que muitas das vezes são relegados ao esquecimento ou arquivamento.
Fala-se em corrupção ativa com tamanha estranheza como se não houvesse denúncias (e neste caso não há) de outros casos dessa natureza.

Espetáculo

Entra em cena a mídia, a Polícia, a Justiça, os réus e o local do crime. A sociedade está na platéia.

A mídia está atônita diante de algo que nunca acontece, o policial corrupto foi afastado, a Polícia teve sua imagem manchada.

A Polícia deve providenciar uma situação que corrija a mancha na sua imagem.

A Justiça deve prevalecer, já que ambas as partes estão muito bem amparadas pelos defensores da lei (advogados)

E agora?

O carro invadiu um espaço público interditado, mas o réu também o invadiu e ninguém comenta (o réu é filho de uma global). Os dois estavam errados?

A Polícia está mostrando que prende os acusados de corrupção ativa, como foi o caso da mãe desesperada que tenta soltar o filho preso. Com voz de prisão acentuada e moralmente realizada a uma mulher, aparentemente pobre (atenta-se para o fato dela estar com R$500,00 em espécie na carteira). Mas não o fez aos familiares do jovem acusado no caso da atriz, também acusados do mesmo crime.

A sociedade está no seu lugar, sempre torcendo para que os culpados sejam punidos.

E assim caminha a humanidade...

Fonte: matéria de prisão da mulher por corrupção ativa, exibida do Hoje em Dia, 28.07.2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Caso do Lavrador Agostinho




O caso do lavrador Agostinho está repercutindo em todo o país e quem sabe chegará aos olhos do mundo. As pessoas estão perplexas e horrorizadas com tamanha crueldade. Ver as crianças ali, relegadas à própria sorte, morando de forma precária, sem acesso à educação, à saúde, ao básico necessário para uma sobrevivência digna e ainda sofrer tamanha perversidade por parte daquele que as deveriam proteger, traz à tona sentimentos de tristeza e indignação. Muitos vêem apenas um tipo de violência: A VIOLÊNCIA SEXUAL, mas também está ali, sucumbido, embaçada em 2º plano, o que poucos percebem ou que preferem não comentar, a VIOLÊNCIA SOCIAL. Viver naquela situação parece que não é o suficiente para causar ojeriza e mal estar, ou o suficiente para questionar: o que está fazendo o poder público?
O trabalho desenvolvido pela Deputada Eliziane Gama deu fim a um ciclo que poderia continuar se reproduzindo por anos e anos, e este trabalho sim, é louvável. Mas louvável também seria se tivesse sido interrompido antes, com um trabalho sério de autoridades comprometidas com o bem-estar social de todos.
Não podemos negar que há sim responsabilidade do lavrador, mas também não podemos tirar a parcela de culpa do poder público, que relega a segundo plano as comunidades mais pobres e depois se diz perplexo com as mazelas dos excluídos.

Eliana Rose, relações públicas

INTERESSES POLÍTICOS

Na época do governo de Jackson Lago muitos blogs, programas jornalísticos de rádio, TV, impresso destacavam a situação precária em que se encontrava o Estado, principalmente quando o assunto era segurança pública.

Com a entrada de Roseana Sarney no governo parece que esses assuntos foram esquecidos, ou ao menos, estão sendo tratados com menos revolta por alguns profissionais jornalistas e meios de comunicação.

Surge então, na mídia maranhense, ou em boa parte dela, um outro foco, que sai de assuntos de responsabilidade do governo do Estado e passa para assuntos como a situação precária de ruas, Praças, feiras, etc. em bairros da periferia, atentando sempre para o fato de que se trata da responsabilidade da Prefeitura, mais especificamente do prefeito, como se essas deficiências fossem novidades, ou como se essa situação fosse culpa de uma única pessoa.

Não escrevo aqui com o intuito de defender esse ou aquele governo estadual ou municipal, mas escrevo com um sentimento de revolta pelo modo como os meios de comunicação vêm tratando os problemas sociais, usando-os e ‘defendendo’ a população, mostrando seus problemas com desprezo e sem a mínima vontade de vê-los resolvidos, apenas como mero instrumentos para atingir seus inimigos políticos.

Eliana Rose, graduada em Comunicação Social, Relações Públicas

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Rede Social não é nenhuma novidade

Por Bruno Lessa*


"Estamos investindo em redes sociais". Se você acompanha o mercado publicitário, é bem provável que já tenha ouvido este discurso que está cada vez mais presente na boca dos executivos de marketing e comunicação. Será isto uma estratégia, moda ou tendência?

Seja qual for a melhor tradução do momento atual, o fato é que as redes sociais, da forma como são vistas hoje, já caíram no gosto dos internautas (especialmente os brasileiros) e têm despertado grande interesse nas empresas, que estão enxergando nelas um bom lugar para falar de seus produtos e serviços de forma diferenciada. Poder usar um canal gratuito, eficiente, falar a língua do consumidor e ainda ter a oportunidade da mensagem ser multiplicada espontaneamente é de fato tentador, mas o que muitos não têm visto é a essência disso tudo. As empresas e agências, em sua maioria, têm enxergado rede social como "mídia inovadora", enquanto na verdade é algo bem antigo.

Em primeiro lugar temos que ter a noção de que redes sociais não são apenas sites como Orkut, Facebook, Twitter e afins. Segundo o teórico austríaco Fritjof Capra, um dos primeiros a definir o tema, "redes sociais são redes de comunicação que envolvem a linguagem simbólica, os limites culturais e as relações de poder". São redes de pessoas que se conectam por afinidade em determinado assunto. É natural do ser humano se dividir em grupos. Partidos políticos, religiões, times de futebol... Tudo são formas de expressão em que as pessoas se relacionam por um tema comum. São redes sociais, comunidades, o que não é nenhuma novidade.

O que as pessoas chamam hoje de redes sociais na internet são na verdade aplicativos que espelham um comportamento humano tão antigo quanto nossa própria existência: o desejo de se expressar e de se relacionar. O que a tecnologia tem trazido de valioso é a capacidade de fazer isso remotamente e de fazer a mensagem ecoar cada vez mais distante.

Investir em redes sociais não é criar um perfil em cada site novo que aparece, e sim se abrir para o diálogo com os mais diversos públicos que possam fazer parte do negócio, e isso pode (e deve) ser feito tanto online quanto offline. Portanto, antes de pensar em rede social como mídia, pense em rede social como grupo de pessoas. Pessoas que possuem desejos e necessidades, que são movidas por paixões e ideais, que não querem apenas ouvir, mas que também querem falar. Pessoas que, por trás de toda uma parafernália eletrônica, são simplesmente pessoas. Só assim a mensagem será genuína e irá cumprir o verdadeiro objetivo da comunicação.

* Bruno Lessa é publicitário e pós-graduado em marketing pela USP. É diretor da Marketing SIM e idealizador do portal Vitrine Publicitária



(Envolverde/Pauta Social)

Globo se curva ao poder dos blogs

Por Denise Ribeiro




A campanha pró-Serra que não deu certo.

Foi-se o tempo em que o jornalismo podia se gabar de sua imparcialidade. Nesta semana, uma guerra suja visando à corrida eleitoral esgarçou ainda mais a frágil capacidade da imprensa de se manter nos limites da credibilidade. Tudo começou no domingo à noite, quando a rede Globo exibiu no intervalo do Fantástico – seu programa de maior audiência junto à família brasileira – a campanha em que comemorava seus 45 anos.

Problema nenhum, não fossem o 45 e o fundo azul em que foi exibido, o número e a cor do PSDB. Número, inclusive, que constará da cédula eleitoral para a escolha do próximo presidente do Brasil. Alguém duvida de que, nos domínios do plim-plim, o propósito da campanha era apenas celebrar o aniversário da casa? Se duvidasse, bastava acessar no YouTube a campanha global e se chocar com os vídeos relacionados (a barra de sugestões sob o filmete): todos remetiam a falas do Serra.

Não vou nem me estender sobre a “forcinha” subliminar à campanha do PSDB, com os globais recitando mensagem semelhante ao slogam do pré-candidato tucano que é “o Brasil pode mais”.

Confesso que eu, inocente e bobinha – e meio que dormitando no sofá da sala na hora do Fantástico –, não reparei na insidiosa jogada de mestre. Vamos e venhamos, a Globo é mestre em marketing, idéias, acabamento, sofisticação, tecnologia, recursos gráficos, persuasão. Por sorte, gente mais desperta (e esperta) do que eu, e já calejada pelas campanhas difamatórias e antipetistas que infestam nossa mídia tradicional há 20 anos, botou a boca no trombone.

Na segunda-feira, dia 19, a internet fervilhava com trocas de emails, links de blogs e posts no Twitter. Todo mundo indignado com tanta desfaçatez. O jornalista Luiz Nassif saiu na frente, escancarando todo o esquema em seu blog. Até terça-feira à noite havia registrado 318 comentários, que incluíam alguns defensores “do direito da Globo de festejar seus 45 anos”.

Um deles tocou no ponto crucial, soterrado pelo calor da hora: trata-se de uma intromissão sem cabimento, no processo eleitoral brasileiro, feito por uma concessionária de serviço público, que tem obrigação de ser isenta e apartidária.

No seu excelente blog “Vi o mundo”, outro jornalista de primeira, Luiz Carlos Azenha, faz uma retrospectiva do poder de manipulação da grande imprensa, em favor de tucanos, Collor e quetais. Um primor as capas que ele selecionou de Veja e sua reflexão sobre esse tipo de golpe, que com 20 anos de prática, virou tradição na mídia brasileira.

A novidade veio, enfim, no final de noite, quando a retirada do ar da malfadada campanha veio a público. Consta que um ator consagrado ligou para um diretor de núcleo da Globo, soltando cobras e lagartos, por causa do uso inapropriado de sua imagem e fala. Foram tantos os protestos por parte dos 40 profissionais que aparecem na peça promocional e tão negativa a repercussão, que a Globo acabou entregando os pontos, convencida de que tinha dado um tiro no pé. Quem contou com exclusividade essa história dos bastidores é outro jornalista, o Marco Aurélio Mello, em seu blog DoLadoDeLá, cujo post foi reproduzido ontem, dia 20, pelo Nassif.

O mais empolgante em toda essa discussão é a certeza de que a internet virou um canal de expressão irrefreável e bastante efetivo. As redes sociais estão com tudo, os jornalões diários perdem mais público a cada dia, assim como as revistas semanais, por causa de sua falsa postura “democrática”. Enquanto insistirem nessa abordagem editorial vergonhosa, continuarão a ser vistos com desconfiança e a jogar a própria credibilidade no lixo.

Confira os posts originais:

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/04/19/a-campanha-explicita-da-globo/

http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/esse-post-e-proibido-para-quem-tem-mais-de-30-anos-de-idade.html

http://maureliomello.blogspot.com/2010/04/os-bastidores-do-quase-golpe.html



(Envolverde/O autor)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

INTERESSES POLÍTICOS

Na época do governo de Jackson Lago muitos blogs, programas jornalísticos de rádio, TV, impresso destacavam a situação precária em que se encontrava o Estado, principalmente quando o assunto era segurança pública.

Com a entrada de Roseana Sarney no governo parece que esses assuntos foram esquecidos, ou ao menos, estão sendo tratados com menos revolta por alguns profissionais jornalistas e meios de comunicação.

Surge então, na mídia maranhense, ou em boa parte dela, um outro foco, que sai de assuntos de responsabilidade do governo do Estado e passa para assuntos como a situação precária de ruas, Praças, feiras, etc. em bairros da periferia, atentando sempre para o fato de que se trata da responsabilidade da Prefeitura, mais especificamente do prefeito, como se essas deficiências fossem novidades, ou como se essa situação fosse culpa de uma única pessoa.

Não escrevo aqui com o intuito de defender esse ou aquele governo estadual ou municipal, mas escrevo com um sentimento de revolta pelo modo como os meios de comunicação vêm tratando os problemas sociais, usando-os e ‘defendendo’ a população, mostrando seus problemas com desprezo e sem a mínima vontade de vê-los resolvidos, apenas como mero instrumentos para atingir seus inimigos políticos.

Eliana Rose, graduada em Comunicação Social, Relações Públicas